segunda-feira, 4 de julho de 2011

PIOLHOS E ACAROS








         O termo piolho é comumente empregado para designar os pequenos animais que vivem ŕs expensas das aves, atacando as plumas, a pele, ou se alimentando do sangue. A sua freqüęncia, sua importância, merece um lugar ŕ parte. Nós os repartiremos em dois grupos bem distintos: os Malófagos e os Ácaros. 
            OS MALÓFAGOS
            Săo insetos desprovidos de asas, que săo vizinhos muito próximo dos piolhos verdadeiros ou Anopluros. Mas enquanto os piolhos do homem săo sugadores de sangue, os Malófagos se alimentam de fragmentos orgânicos; eles săo freqüentes na plumagem dos pássaros. 
            Possuindo garras fortes, eles se agarram ŕs plumas e as roem; eles podem também se prender na pele dos pássaros irritando-os. Os danos ŕ plumagem săo pouco aparentes, mas se pegarmos uma pluma por ocasiăo da muda, e olharmos ao microscópio, nós veremos as bárbulas mais ou menos roídas; e os fragmentos córneos, bem como as dejeçőes, năo săo raras sobre as barbas. Quando houver picadas, o sangue escorre, coagula e suja a plumagem; os Malófagos roem năo o sangue seco mas também as barbas sujas, danificando a pluma. Nós devemos arrancá-la pra que uma nova possa se desenvolver. Os Malófagos do canário possuem um corpo alongado, medindo 2mm aproximadamente e eles depositam seus ovos na base das plumas. 
É difícil de eliminá-lo, mas nós podemos reduzir a sua incidęncia através de medidas higięnicas, principalmente pela limpeza ou troca dofundo das gaiolas e banhos freqüentes. Quando năo possuem uma fonte de água, os canários tomam banho de poeira, borrifando suas plumas, de preferęncia ao sol, o que elimina um bom número de parasitas. Os inseticidas piretróides, em aerosol ou em pó, săo indicados para os pássaros adultos e ninhos. Vários tratamentos săo necessários, porque nas profundezas das plumas, os ovos săo dificilmente atingidos. 
            OS ÁCAROS
            Eles săo parentes das aranhas, e como elas, eles tem, pelo menos no estágio adulto, quatro pares de patas, e pequenas pinças opu quelíceras situadas na frente da boca. Mas o seu corpo é mais ou memos arredondados e formando de uma só peça. 
            Algum destes ácaros vivem de fragmentos animais ou vegetais. Nas gaiolase nos viveiros, eles se encontram mais comumente nos comedouros onde o alimento năo é renovado com certa freqüęncia, e nos biscoitos muito velhos. Săo eles que reduzem ŕ pó o conteúdo dos comedouros, ao ponto de podermos ver este pó se mover lentamente quando os parasitas estăo se desenvolvendo. Ao microscópio, nós vemos uma multidăo de ínfimas criaturas, semelhantes ŕ robos de pelos longos. É claro que os pássaros se recusam a ingerir um alimento nestas condiçőes. Portanto, parece que estes ácaros, nesta fase, năo săo verdadeiramente danosos, a năo ser ŕs plumas, contrariamente ŕs formas seguintes, sugadoras de sangue, e que provocam doenças chamadas acariose.
            ACARIOSE DAS PATAS
            É simplesmente uma afecçăo da pele, devida a uma parasita, onde a fęmea perfura galerias na pele onde ela pőe seus ovos. Os filhotes sobem em seguida para a superfície, se reproduzem e novas fęmeas penetram na pele para a postura: a pele incha, as escamas das patas se espessam e se renovam, os dedos podem se deformar. As galerias năo devem ser confundidas com as pústulas causadas pela varíola; a pele é amarelada e năo contém pús. 
            Geralmente, somente as patas săo atingidas, mas a afecçăo pode se estender para outras regiőes do corpo desprovidas de penas; bico, coxas, uropígio. O pássaro năo fica aleijado, mas se ele năo for curado, poderá ate morrer. Nós tratamos esta afecçăo com uma pomada a base de enxofre, alcatrăo ou com óleo de Parafina. O contágio é pequeno. Uma boa higiene previne a incidęncia deste parasita. 
            ACARIOSE DAS PENAS
            É um ácaro diferente do anterior, pode roer a base macia das plumas e atacar a camada de gordura que as protege. As penas pequenas se tornam frágeis e podem cair. A pequena hemorragia que acompanha sua queda torna a sua base rósea. O parasita pode mesmo se introduzir no canal de uma pena. 
            Devemos queimas as penas que caem, e fazer um tratamento com inseticida. É muito raro, mas em criaçőes intensivas, a promiscuidade de um grande número de canários, favorece esta acariose, que juntamente ŕ açăo dos Malófagos, expilca a plumagem deplorável comumente verificada em aves vendidas em certas lojas de pássaros. 
            ACARIOSE RESPIRATÓRIA
            Um outro ácaro, muito pequeno, da espécie Sternostoma tracheacoium, pode se instalar nas fossas nasais dos canários e se reproduzir. Isto resulta em problemas respiratórios, que nós chamamos de asma do canário. Na verdade, este termo asma abrange problemas de diferentes origens. Pode-se tratar de uma acariose, mas muitas vezes é uma micoplasmose, e dificilmente seria um problema de origem alérgica (bastante comum no homem). 
            As conseqüęncias dependem da abundância e da localizaçăo do parasita. Ele pode passar completamente desapercebido. Mas acontece que as peles larvárias se acumulam e causam incomodo, e daí surgem os espirros. Algumas vezes o parasita penetra profundamente nas vias respiratórias, e se for abundante, nos temos uma doença grave. Deste modo, algumas dezenas de indivíduos podem cohabitar na artéria traquial onde eles aparecem, ao microscópio como pontos negros. Eles provocam a secreçăo de um muco abundante que se acumula e que atrapalha seriamente a respiraçăo. Outros văo aos pulmőes onde provocam pequenas hemorragias onde eles se aderem. Os microorganismos encontram um meio favorável, e aparece entăo uma pneumonia. O pássaro fica febril, fica em forma de bola, năo come mais; a sua morte se aproxima. 
            A contaminaçăo é baixa, mas ela ocorre através das expectoraçőes. As larvas irăo sujara plumagem de outros canários ou os poleiros das gaiolas. Existe também a contaminaçăo através da alimentaçăo dos filhotes, quando as măes atacadas pelos parasitas nutrem os animais jovens. 
            O tratamento é feito através de inseticidas piretróides em aerosol. O pássaro é colocado dentro de um saco plástico transparente, o que permite seguir o seu comportamento, e dá-se um jato de inseticida. Para evitar qualquer pânico, espera-se que o pássaro esteja calmo; logo após, nós o vemos expectorar enérgicamente, em seguida ele respira mais rapidamente e logo tende a se acalmar. Nós o retiramos do saco, onde ele permaneceu por 2 a 3 minutos. Devemos repetir esta operaçăo alguns dias mais tarde. Nós podemos também aspergir os grăos comalgum inseticida fraco (Vetenol) durante vários dias. Caso năo haja sinais de melhora, é porque os problemas respiratórios tem outras causas. 
            Devemos portanto tratar o pássaro enquanto ele estiver ativo. Se nós tardarmos as chances de cura săo menores, e poderăo também se produzir lesőes irreversíveis, que deixarăo a respiraçăo ruidosa. Essa doença pode passar desapercebida, talvez em razăo de um número pequeno de parasítas, ou ainda da constituiçăo física mais robusta do pássaro. 
            OS PIOLHOS VERMELHOS
            Estes ácaros (Dermanyssus gallinae) năo ficam permanentemente sobre o canário. Durante o dia eles se escondem nos cantos das gaiolas, nas fissuras, nas molas das portas, nos poleiros perfurados... A noite, eles se dirigem aos pássaros adormecidos, penetrando sob as penas e sugam o sangue; eles se incham, tornando-se vermelhos, daí o seu nome. Uma fęmea importunada pode abandonar a ninhada, e os filhotes poderăo ser atacados. 
            O tratamento feito ŕ base de pulverizaçőes com inseticidas, podendo-se polvilhar preventivamente os ninhos. Também podemos usar armadilhas, colocando-se pedaços de pano ou palha de cereais, onde os piolhos irăo se esconder; queima-se em seguida. Os poleiros de plástico perfurados devem ser evitados pois se constituem em esconderijo para os piolhos. 
            O PIOLHO DO NORTE 
            Estes piolhos (Ornithonyssus sylvarium) săo pouco diferentes dos anteriores, distingüindo-se apenas pelo fato de proriferarem no inverno, e que eles se reproduzem sobre o canário. O seu tamanho é de no máximo 1 mm. O tratamento contra este ácaro é feito do mesmo modo que para o piolho vermelho. 
            CONCLUSĂO
            Os piolhos dos pássaros podem ser inimigos poderosos e mesmo mortais para os canários. Eles ocorrem mais frequentemente do que se pensa. Os Malófagos causam danos ŕ plumagem os Ácaros sugam o sangue e transmitem doenças graves; alguns mesmo penetram na orelha e causam problemas de equilíbrio (quedas, cabeça caída). Os inseticidas piretróides (inofensivos para os pássaros), constituem a arma indispensável do criador. Mas na verdade, a melhor maneira de prevenir estes parasitas é a adoçăo de medidas higięnicas. 

Sem comentários:

Enviar um comentário